Números Complexos
A construção dos números complexos passou por diversos obstáculos, que levaram em média 300 anos para serem vencidos, desenvolvendo, assim, teorias referentes a esse conjunto numérico.
Aprenda como utilizar o i².
O conjunto dos números complexos é o conjunto que possui maior cardinalidade, afinal ele contém todos os outros conjuntos. É necessário, pois, compreender os processos das operações (aritméticas, trigonométricas, algébricas) envolvendo elementos desse conjunto, assim como a representação geométrica dos números complexos.
Portanto, nessa seção serão abordados assuntos como: concepções básicas do número complexo, operações aritméticas com números complexos, operações trigonométricas com os números complexos, o Plano de Argand-Gauss, entre outros artigos que se relacionam com os números complexos – números de grande importância e aplicabilidade.
Por Gabriel Alessandro de Oliveira
Graduado em Matemática
Equipe Brasil Escola
Os números complexos são escritos na sua forma algébrica da seguinte forma: a + bi, sabemos que a e b são números reais e que o valor de a é a parte real do número complexo e que o valor de bi é a parte imaginária do número complexo.
Podemos então dizer que um número complexo z será igual a a + bi (z = a + bi).
Com esses números podemos efetuar as operações de adição, subtração e multiplicação, obedecendo à ordem e características da parte real e parte imaginária.
Adição
Dado dois números complexos quaisquer z1 = a + bi e z2 = c + di, ao adicionarmos teremos:
z1 + z2
(a + bi) + (c + di)
a + bi + c + di
a + c + bi + di
a + c + (b + d)i
(a + c) + (b + d)i
Portanto, z1 + z2 = (a + c) + (b + d)i.
Exemplo:
Dado dois números complexos z1 = 6 + 5i e z2 = 2 – i, calcule a sua soma:
(6 + 5i) + (2 – i)
6 + 5i + 2 – i
6 + 2 + 5i – i
8 + (5 – 1)i
8 + 4i
Portanto, z1 + z2 = 8 + 4i.
Subtração
Dado dois números complexos quaisquer z1 = a + bi e z2 = c + di, ao subtraímos teremos:
z1 - z2
(a + bi) - (c + di)
a + bi – c – di
a – c + bi – di
(a – c) + (b – d)i
Portanto, z1 - z2 = (a - c) + (b - d)i.
Exemplo:
Dado dois números complexos z1 = 4 + 5i e z2 = -1 + 3i, calcule a sua subtração:
(4 + 5i) – (-1 + 3i)
4 + 5i + 1 – 3i
4 + 1 + 5i – 3i
5 + (5 – 3)i
5 + 2i
Portanto, z1 - z2 = 5 + 2i.
Multiplicação
Dado dois números complexos quaisquer z1 = a + bi e z2 = c + di, ao multiplicarmos teremos:
z1 . z2
(a + bi) . (c + di)
ac + adi + bci + bdi2
ac + adi + bci + bd (-1)
ac + adi + bci – bd
ac - bd + adi + bci
(ac - bd) + (ad + bc)i
Portanto, z1 . z2 = (ac - bd) + (ad + bc)i.
Exemplo:
Dado dois números complexos z1 = 5 + i e z2 = 2 - i, calcule a sua multiplicação:
(5 + i) . (2 - i)
5 . 2 – 5i + 2i – i2
10 – 5i + 2i + 1
10 + 1 – 5i + 2i
11 – 3i
Portanto, z1 . z2 = 11 – 3i.
Por Danielle de Miranda
Graduada em Matemática
Conjugado de um Número Complexo
O conjugado de um número complexo é o número complexo .Observe que tanto z, quanto o seu conjugado possuem a mesma parte real, mas as partes imaginárias são opostas. Quando ambas as partes, real e imaginária, são iguais, os números também o são. A igualdade só ocorre nestas condições.
As raízes imaginárias x1 e x2 da equação x2 + 2x + 5 = 0, solucionada mais acima, são conjugadas uma da outra:
Divisão de Números Complexos
A divisão de números complexos é realizada multiplicando o dividendo e o divisor pelo conjugado do divisor.Observe no último exemplo de multiplicação acima que ao multiplicarmos o número imaginário 5 + 8i pelo seu conjugado 5 - 8i obtivemos como resultado o número real 89.
A multiplicação de um número imaginário pelo seu conjugado sempre resulta em um número real e isto pode ser utilizado para realizar a divisão de números complexos.
Agora vejamos este exemplo de divisão:
Para começar vamos multiplicar o divisor e o dividendo pelo conjugado do divisor como explicado acima:
Para realizar o produto no denominador vamos recorrer aos produtos notáveis, mais especificamente ao produto da soma pela diferença de dois termos, onde temos que:
Continuando o processo da divisão temos:
Note que inicialmente tínhamos o divisor imaginário 2 - 7i e no final temos o divisor real 53. É por isto que utilizamos o conjugado como expediente para realizar a divisão, assim conseguimos transformar um divisor imaginário em um divisor real, o que facilita muito as coisas, como pudemos ver na passagem do penúltimo para o último passo.
Exemplos da Divisão de Números Complexos
www.matematicadidatica.com.br
Texto da Faculdade de Coimbra:
Que importância têm os números imaginários na nossa vida?
Apesar de se provar a
existência dos números complexos, eles continuam a ser estranhos para nós, pois
têm menos relação com o mundo real que os outros números já nossos conhecidos.
Um número imaginário não serve para medir a quantidade de água num copo nem
para contar o número de dedos que temos!
No entanto, existem
algumas medidas no nosso mundo onde os números imaginários são medidores
perfeitos. Um campo electromagnético é um exemplo: tem uma componente eléctrica
e outra magnética e por isso, é preciso um par de números reais para o
descrever. Este par pode ser visto como um número complexo e encontramos,
assim, uma aplicação directa na Física, para a estranha regra da multiplicação
de números complexos.
Existem poucas aplicações
directas dos números complexos no dia-a-dia. No entanto, há muitas aplicações
indirectas.
Muitas propriedades dos números reais só se tornaram conhecidas quando estes foram vistos como parte do Conjunto dos Números Complexos.
Muitas propriedades dos números reais só se tornaram conhecidas quando estes foram vistos como parte do Conjunto dos Números Complexos.
É como tentar perceber uma
sombra.
Uma sombra pertence a um mundo a duas dimensões. Portanto, só lhe é aplicável conceitos que utilizem duas dimensões.
No entanto, pensarmos no objecto de três dimensões que a provoca poderá ajudar-nos a perceber certas propriedades do mundo a duas dimensões, apesar de não haver aplicação directa de um mundo no outro.
Uma sombra pertence a um mundo a duas dimensões. Portanto, só lhe é aplicável conceitos que utilizem duas dimensões.
No entanto, pensarmos no objecto de três dimensões que a provoca poderá ajudar-nos a perceber certas propriedades do mundo a duas dimensões, apesar de não haver aplicação directa de um mundo no outro.
Da mesma forma, mesmos não
existindo aplicação directa entre o mundo real e os números complexos, estes
poderão ajudar-nos a compreender muita coisa do nosso mundo.
A próxima analogia ajudará
a perceber melhor.
Consideremos a População A
com 236 pessoas, das quais 48 são crianças e a População B com 123 crianças em
1234 pessoas.
Efectivamente, 48/236 (aprox. 0,2) é maior que 123/1234 (aprox.0,1). Portanto, a Pop. A é mais nova que a Pop. B.
Efectivamente, 48/236 (aprox. 0,2) é maior que 123/1234 (aprox.0,1). Portanto, a Pop. A é mais nova que a Pop. B.
Neste exemplo são usadas
fracções, números não inteiros, num problema onde não têm significado físico.
Não podemos medir populações com fracções; não podemos ter meia pessoa, por
exemplo! Os números que têm ligação directa com esta questão são os naturais.
As fracções, neste
contexto, são tão estranhas como o são os complexos na maioria das medições do
mundo real.
No entanto, o seu uso servir-nos para melhor entender uma situação do mundo real.
No entanto, o seu uso servir-nos para melhor entender uma situação do mundo real.
Da mesma forma, o uso dos
complexos ajuda-nos a compreender vários acontecimentos que, directamente, só
se relacionam com os números reais.
Por exemplo, em
Engenharia, é usual ter de se resolver equações da forma y'' + by' + cy = 0,
para a função desconhecida y.
Uma forma de resolver passa por achar as raízes do polinómio, em r, r2 + br + c = 0. Mas, sucede diversas vezes não conseguirmos achar raízes reais e só encontramos complexas. O que se faz é achar todas as raízes no conjuntos dos números complexos e depois considerarmos apenas aquelas que, afinal, são reais.
No início e no fim só consideramos reais mas, pelo meio os complexos foram precisos.
Uma forma de resolver passa por achar as raízes do polinómio, em r, r2 + br + c = 0. Mas, sucede diversas vezes não conseguirmos achar raízes reais e só encontramos complexas. O que se faz é achar todas as raízes no conjuntos dos números complexos e depois considerarmos apenas aquelas que, afinal, são reais.
No início e no fim só consideramos reais mas, pelo meio os complexos foram precisos.
Uma vez que este tipo de
equações (chamadas Equações Diferenciais) surgem constantemente em
problemas que representam o mundo real, por exemplo em Engenharia, podemos
afirmar que os números complexos têm utilidade na nossa vida.